Estilo / Moda

Review. Quatro sapatilhas versáteis para todo o tipo de corredores

Testámos algumas das novidades da temporada, em termos de calçado de corrida, e a conclusão foi que, além da performance, há uma maior aposta no conforto e na versatilidade dos modelos por parte das marcas.

Foto: Collage: Lara Duarte
25 de outubro de 2024 | Miguel Judas
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Adidas Supernova Rise, €150 (PVP)

Regresso às origens

Depois da inovação futurista quase exclusivamente focada na performance, cujo maior exemplo foi a gama Ultraboost, a Adidas deu uma espécie de passo atrás para dar vários em frente e a grande velocidade, como se pretende, aliás, quando se fala de corrida. O melhor exemplo disso é o modelo Rise, que, com os Solution e os Stride, compõe a nova coleção dos icónicos Supernova, um dos ténis de corrida de maior sucesso da história da marca alemã. Mas foquemo-nos nos primeiros, que têm tudo para ser um sucesso de vendas, apesar ou, pelo contrário, até por isso, do design mais sóbrio, quando comparado com as criações mais recentes da Adidas. Apresentados como uma "resposta à necessidade de um sapato de corrida confortável para o dia-a-dia", os Ride são isso mesmo, conforme tivemos oportunidade de testar em diversos e consecutivos treinos, nas mais diversas distâncias. Ou seja, além de toda a resposta de energia dada a cada passada, proporcionada pela espuma Dreamstrike+, um material inspirado nos modelos de grande performance, sentida especialmente a ritmos mais rápidos. A primeira sensação, mal se dá a primeira passada, é de conforto, estabilidade e amortecimento e só isso já é meia corrida, em especial para os atletas de pelotão, que, afinal, é quem compra sapatilhas.

Foto: DR
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New Balance Fresh Foam X Balos, €220 (PVP)

Para toda a obra

Mais uma vez, versatilidade é a palavra que melhor se adequa a um dos mais ambiciosos modelos lançados pela New Balance nos últimos tempos. Do mais simples e breve treino àquela prova em que temos de dar tudo, os novos Balos parecem ser pau para toda a obra e companheiros para todas as horas – até mesmo quando não se está a correr, devido a um design que pisca também o olho ao chamado mercado de lifestyle. Mais uma vez, além do desempenho, é o conforto, em especial ao nível do amortecimento, que se torna evidente logo quando são calçados. Um dos principais trunfos para conseguir tal sensação é a espuma Fresh Foam X, aqui usada em doses exageradas, para dar aquela sensação conhecida como "correr nas nuvens", ou talvez de saltitar, com a entressola a funcionar como um mini trampolim que dá aquele importante impulso extra para a frente. Outra característica de realçar e que demarca este modelo de outros semelhantes da concorrência, é a frescura e respirabilidade da malha superior, o que é sempre importante num país mais para o quente, como é Portugal. Mas a grande inovação está mesmo na sola, que em vez da habitual borracha recorre a uma versão mais evoluída da espuma EVA, de modo a proporcionar uma pisada menos rígida, sem colocar em causa, segundo a marca, a resistência e durabilidade da mesma. A ver vamos, se com o acumular de treinos, provas e até simples passeios, assim se mantém.

Foto: DR
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Asics Fujispeed 3, €180 (PVP)

Em trilho como na estrada

A Asics parece apostada em revolucionar alguns dos seus modelos de running mais icónicos e essa vontade de inovação chegou também em força à corrida em trilhos. O melhor exemplo disso mesmo é a nova gama da família Fuji, que incluía já os Lite e os míticos Trabuco, e desde há pouco mais de um ano conta também com os Fujispeed, um arrojado modelo inspirado nas sapatilhas de estrada, mais indicado para percursos curtos (até 20km) e não demasiado técnicos, como se presume pelo minimalismo do design. Em suma, a terceira geração dos Asics Fujispeed junta o melhor de dois mundos, trazendo para os trilhos a leveza da estrada. A primeira impressão é de serem umas sapatilhas confortáveis em qualquer tipo de terreno. Já no que à aderência diz respeito também quase fizeram o pleno, com exceção para alguns troços mais enlameados. Tal como já acontecia com a versão anterior, também os Fujispeed 3 contam com uma placa de carbono colocada na meia-sola que, aliada à habitual espuma da marca, proporciona uma sensação de corrida bastante mais rápida, devido a um muito percetível retorno de energia. Ou seja, a passada é sempre impulsionada para a frente, incluindo em trilhos mais técnicos, mas sem nunca perder estabilidade nem diminuir o conforto. Em termos de design, estão agora mais parecidos com os seus congéneres de estrada, incluindo na biqueira, onde em trilhos mais técnicos se sentem a falta de uma maior proteção. Será talvez o preço a pagar pela tão apregoada leveza.

Foto: DR
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Asics Gel Kayano 31, €200 (PVP)

Um clássico para o futuro

Na sua trigésima primeira edição, a estabilidade e o conforto voltam a ser os principais trunfos de um dos modelos mais clássicos da Asics, que ao longo dos últimos anos tem habituado o mercado a inúmeras melhorias mais focadas na leveza e velocidade. Basta lembrar algumas das alterações surgidas na versão anterior, que segundo alguns fãs até terão rompido com vários dos traços identificativos das Kayano. A robustez do novo modelo aproxima-o quase do design de um calçado casual, mas é mera ilusão de ótica. Aliás, um olhar mais atento identifica logo a referência, na parte interior da sapatilha, a 4D Guidance System, apresentado pela marca como "um inovador sistema de orientação biomecânica" que "acompanha e otimiza o movimento natural do pé ao longo da passada". Isso origina uma sensação de incrível estabilidade, ainda mais potenciada pela tecnologia PUREGEL, o sistema de amortecimento exclusivo da marca que se adapta ao calcanhar, ajudando a reduzir as vibrações nas articulações e a absorver melhor os choques, tornando a passada mais suave e protetora. Tudo isto, aliado a uma forma um pouco mais larga que o habitual, torna os Gel Kayano 31 um calçado perfeito para corredores mais pesados.

Foto: DR
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