O termo já se espalhou um pouco por todo o mundo e que tem as suas raízes na confiança clássica e discreta, não só na forma de vestir, como na forma de estar na vida. Em boa parte, devido à mais recente série de sucesso: Succession.
12 de maio de 2023
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Quiet luxury ou luxo discreto é mais um estado de espírito do que uma tendência. Não é propriamente fácil de definir. É The Row, Phoebe Philo e Chloé ou Celine. É mais suave que o minimalismo, mas mais polido que o normcore. Pensemos no estilo das gémeas Olsen, ou de Sienna Miller em Anatomia de um Escândalo,Jennifer Aniston ou Amal Clooney. É muito dinheiro misturado com muita discrição.
Esta estética discreta pode ser exemplificada através de dois momentos recentes bastante discutidos: o encontro de Greg ostentando uma bolsa Burberry ridiculamente espaçosa na nova temporada de Successione o guarda-roupa de Gwyneth Paltrow no tribunal - pois esteve recentemente envolvida num julgamento no seguimento de um acidente de ski - a usar tons suaves e peças de design não identificáveis (sinónimo de quiet luxury).
Na sua essência, contém muitas das características do chamado clássico: artigos básicos bem confeccionados e que não demonstram ser de determinada marca de luxo, embora possam até mostrar, à partida, uma certa falta de sofisticação para os menos entendidos. Trata-se de não ter receio de misturar um casaco caro com jeans vintage largos ou de vestir vários tons de bege ao mesmo tempo. Ter a confiança para investir em peças de uso vitalício. O quiet luxury revela-se através da renúncia aos logótipos das grandes marcas: os ricos com bom gosto, de verdade, não usam t-shirts a "gritar" Prada ou Alexander Wang, ou carteiras identificativas da Louis Vuitton ou da Gucci.
Na roupa de casa, também se aplica o termo. Há uma certa à vontade para usar o que estiver à mão, não exibindo as peças em questão para aprovação de outras pessoas. São toalhas felpudas e um roupão de banho grande, peças aconchegantes como artigos em caxemira e uma lareira, móveis ecléticos, antiguidades caras, cada peça com sua própria história. É ter panelas e frigideiras de cobre antigas, mas ainda assim bonitas. O segredo, afinal, está mesmo nos detalhes.
O quiet luxury é, também, um estilo de vida, e revela-se através dele: quanto mais rico mais saudável e clean. Quando se trata de beleza e bem-estar, é tudo aquilo que envolva pampering e auto-cuidado. Tratamentos faciais regulares para uma pele brilhante, manicure e pedicure duas vezes por mês, dentes esbranquiçados e alinhados... Basicamente, ter uma rotina de cuidados com a pele e fazer exercício regularmente - podendo ser ela uma aula de pilates de primeira linha ou uma corrida no parque. Cuidar da saúde mental meditando, lendo um livro ou ouvindo um podcast. São caminhadas longas e revigorantes com cães e fins de semana com a família. E assim se vê como o tempo é um dos maiores luxos conquistados.
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Talvez o indicador mais óbvio de "quiet luxury" seja a maneira como se age, mais até do que como se veste. É uma mulher não esperar na fila por uma mesa no restaurante mais badalado, mas sim receber amigos em casa para um jantar íntimo. Ela não se gaba das suas férias e também não as partilha nas redes sociais - Shiv, em Succession, pode ser um exemplo.
E o mais certo é a tendência perpetuar-se por um bom tempo, por conta da sua capacidade de repetição e investimento em peças mais duradouras, para aqueles que têm potencial financeiro para o fazer com graciosidade. O que faz com que se possa ter um guarda-roupa com maior vida útil. Além disso, traz novamente a ideia de consumo consciente.