Estilo / Moda

A nova Zara do Porto ou um novo episódio de Black Mirror?

Pioneira no país, a Zara da Rua de Santa Catarina faz agora parte do novo conceito comercial da marca, baseado em lojas amplas de decoração neutra e equipadas com ferramentas tecnológicas mais otimizadas. A ficção que vemos na série futurística Black Mirror tornou-se realidade, portanto.

Foto: Zara
09 de setembro de 2022 | Ana Filipa Damião
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É numa das zonas comerciais mais emblemáticas do norte do país que encontramos histórica loja da Zara, que depois de um extenso processo de renovação e ampliação apresenta uma nova imagem e experiência de compra, tornando-se, assim, na terceira referência mundial com este tipo de serviços, depois da aberturas em Madrid e no Qatar. Referimo-nos, claro, ao estabelecimento na Rua de Santa Catarina (números 160-168), no Porto, a primeira que a marca inaugurou fora de Espanha, em 1988, numa altura em que existiam 60 no vizinho ibérico.

Com quatro mil metros quadrados, a loja integra um novo piso comercial, neste caso o terceiro, para que todas as coleções de Homem, Mulher e Criança se encontrem num único edifício, além dos inovadores corners comerciais, dedicados aos lançamentos mais recentes, como a coleção de equipamento desportivo Athleticz, cujo design e mobiliário diferenciados estão equipados com armazéns próprios e atndimento personalizado. A decoração ao longo dos três andares mantém-se neutra de forma a que as peças sejam as verdadeiras protagonistas.

Terceira referência Zara no mundo com certas funcionalidades tecnológicas

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Santa Catarina faz parte do novo conceito comercial da casa - áreas mais amplas onde o online se cruza com a experiência de compra física, através de inovadoras ferramentas tecnológicas que tornam mais eficiente "um dia de compras". Existem três grandes novidades.

O novo ponto de recolha de compras online com silo robotizado (uma espécie de máquina-armazém) permite levantar compras realizadas pelo site ou app no prazo de duas horas, não existindo assim a necessidade de se esperar pelo correio ou em longas filas. Basta colocar o código QR que recebemos no momento do pagamento ou o número da encomenda, no leitor da máquina, e observar a "magia". Em Portugal, este sistema (com capacidade para 800 pedidos) apenas existe em Santa Catarina e no Norte Shopping.

 
Encontramos ainda códigos QR em algumas paredes, pensados para os clientes que não possuam a aplicação. Com um rápido scan, feito através da câmara do telemóvel, ficamos a conhecer a planta completa da loja em questão, bem como os serviços nela disponíveis.

Igualmente inovador é o processo de entrada e saída dos provadores, que agora se faz através de um ecrã touch com apenas alguns passos: uma vez escolhida a roupa, basta passar uma das peças no ecrã e dirigirmo-nos ao provador que nos foi atribuído. O número na parte superior da cabine acende quando esta está ocupada, e desliga uma vez vazia. Para tornar a experiência o mais eficiente possível, há ainda cinco caixas self check out ao lados dos provadores.
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Temos ainda as próprias funcionalidades do Store Mode da aplicação da marca – a Click and Go permite ao consumidor fazer uma compra online em qualquer momento e levantá-la no silo robótico no período de duas horas; a Click and Find permite encontrar o local exato de uma determinada peça; e por último permite ao cliente reservar um provador com antecedência, desde que o ocupe num espaço de tempo de três minutos.

Preocupação com o ambiente

Como parte do compromisso da Zara com o meio ambiente, a gigante do grupo Inditex dispõe de alguns dos sistemas de ecoeficiência ambiental mais avançados de sempre, sendo ainda candidata à categoria ouro da certificação de construção sustentável, Leed. Sistemas melhorados de aquecimento e refrigeração, iluminação LED e escolha de materiais sustentáveis foram outras medidas implementas na área, visando a redução da pegada ecológica.

"Santa Catarina" está ainda ligada à plataforma interna Inergy, que permite a monitorização do consumo da mesma, como dos equipamentos de climatização e os de eletricidade, por exemplo. Falamos de uma redução de cerca de 20% do consumo de energia e de cerca de 40% no de água, comparativamente a uma loja tradicional.

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Ademais, a marca aposta no desenvolvimento de programas de reutilização e reciclagem com o objetivo de fomentar uma economia circular. São exemplos disto a área que encontramos no fundo do piso térreo, dedicada à reciclagem das embalagens de cartão provenientes das encomendas - a partir de agora, na área do Porto, o cliente pode escolher se quer receber a sua encomenda numa caixa nova ou em segunda mão.

Fontes oficiais garantem que esta renovação não se trata de um rebrading, e sim de uma evolução constante, reforçando que cada projeto é singular e que está condicionado pelas características específicas da área. É ainda importante ressalvar que o aumento das funcionalidades tecnológicas não se traduz numa redução da equipa da loja. Aliás, o número de funcionários triplicou - de 35 para 103. Espera-se que a Zara do Centro Comercial Colombo seja a próxima do país a incorporar o novo conceito e imagem da marca. 

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