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Deixe para o fim-de-semana o exercício físico que não conseguiu fazer durante a semana

Um estudo recente concluiu que aqueles que se exercitam uma ou duas vezes ao longo do fim-de-semana ganham quase tanto em saúde quanto aquelas que se exercitam diariamente. De fora fica a desculpa da “falta de tempo”.

Foto: IMDB
29 de setembro de 2022 | Pureza Fleming

As promessa sucedem-se, quase tanto quanto as falhas que as prosseguem: é amanhã que eu vou ao ginásio — ou então não. Com dias que passam a voar e horas que nunca são suficientes, é fácil deixar-se para terceiro plano algo que nunca deveria ser esquecido: a actividade física em prol da nossa "rica saúde" — física, mental, emocional.

As boas notícias são duas: primeiro, é que com vontade e organização tudo na vida se encaixa, o que significa que arranjar tempo para tratarmos de nós só depende de uma pessoa — nós próprios; a segunda boa nova é que, se ainda assim, e apesar da vontade imensa, não for possível encaixar uns minutos por dia que seja para o bendito exercício físico, fazê-lo só durante o fim-de-semana compensará o desleixe da semana — desde que, como veremos de seguida, este seja encarado com determinação e intensidade.

Parece bom demais para ser verdade, mas quem o diz é a ciência: as pessoas que se exercitam uma ou duas vezes ao longo do fim-de-semana reduzem o risco de morte prematura tanto quanto aqueles que distribuem o exercício pela semana. Ou seja, ganham quase tanto em saúde quanto aquelas que se exercitam diariamente.

As descobertas, publicadas no JAMA Internal Medicine, basearam-se no estudo de mais de 350 mil adultos que foram seguidos por pouco mais de uma década, em média, nos Estados Unidos da América. Uma outra análise, realizada anteriormente por outra equipa e que contou com mais de 63 mil britânicos, chegou à mesma conclusão.

Constatou-se que, pelo menos 150 ou 75 minutos de intensidade moderada ou vigorosa, respetivamente, seriam recomendados para pessoas com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos, em ambos os países. Das cerca de 22 mil mortes, houve 8 a 15% menos naqueles que praticavam atividade física ao fim-de-semana ou em indivíduos regularmente ativos. "Ambos os grupos são menos propensos a sucumbir a doenças cardiovasculares, cancro, diabetes ou outras doenças mortais do que aqueles que são viciados no sofá", avançam os cientistas.

"Descobrimos que eles apresentavam uma taxa de mortalidade semelhante, sugerindo que ao realizar a mesma quantidade de atividade física, distribuindo-a por mais dias ou concentrando-a em menos dias pode não influenciar os resultados", relatou o autor do estudo, professor Yafeng Wang, da Universidade de Jiangnan, na China.

Em suma, praticar-se exercício só ao fim-de-semana beneficia a saúde quase tanto quanto fazer-se atividade física todos os dias. Resta agora acabar-se com as desculpas: não se trata de falta de tempo, mas de ausência de vontade e, quanto a isso, não há ciência que o resolva.

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