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Pode uma sesta a meio do dia compensar uma noite mal dormida?

A privação de sono pode, afinal, não ser facilmente resolvida com a tão falada "power nap". Num estudo recente, um grupo de especialistas revela que a compensação é um mito.

Foto: Ron Lach / Pexels
20 de junho de 2024 | Vanda Carreto / Com Rita Silva Avelar
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Já lhe aconteceu, certamente, dormir menos horas do que devia e precisava, mesmo quando vai para a cama mais cedo. E, no caso de sair do trabalho a horas razoáveis, fazer aquela pequena sesta, pensando que o/a ajudará a recuperar as energias que durante a noite não foram restabelecidas - pois saiba que não é bem assim que funciona.

Citada pelo jornal The New York Times, Rebecca Spencer, investigadora de ciências do sono na Universidade de Massachusetts Amherst, nos Estados Unidos, entende que, embora uma sesta a meio do dia reponha a energia suficiente para aguentar mais umas horas, não é suficiente para anular os riscos da saúde que podem vir com uma rotina de sono insuficiente.

Segundo resultados de um inquérito realizado pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia, em março de 2023, mais de metade das pessoas - cerca de 52% - raramente ou apenas às vezes dorme bem e 75% acaba por dormir menos de 7 horas por noite. Spencer diz que não é apenas o tempo que passamos a dormir que importa, mas também a qualidade do sono. Esta é determinada pelo tempo que gastamos nos diferentes ciclos de sono.

Quando dormimos uma noite inteira, passamos por alguns ciclos de sono, cada um com uma duração de 90 minutos. Cada ciclo é composto por 4 estágios: os dois primeiros são considerados um sono leve, em que os batimentos cardíacos e a respiração ficam mais lentos e os músculos começam a relaxar, estes estágios podem, cada um, durar entre 10 a 25 minutos. O terceiro estágio, mais conhecido como sono profundo, é quando se atinge a fase mais importante do ciclo do sono em que barulhos externos não nos fazem acordar com tanta facilidade. O último estágio é conhecido como REM, repete-se várias vezes ao longo da noite e é a altura mais propícia para ter alguns sonhos. Este estágio é fundamental para a manutenção das funções cognitivas e proporciona bem-estar.

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Citada pelo jornal The New York Times, Molly Atwood, psicóloga clínica e pesquisadora de medicina comportamental do sono, afirma que o facto de não passar pelos diferentes estágios de sono pode levar à existência de problemas de saúde. No entanto, aponta algumas vantagens de uma sesta, contando que dormir um pouco a meio de um dia de trabalho, "pode realmente ajudar a melhorar algumas coisas, como o tempo de reação e a memória". Apesar disso, a psicóloga clínica aconselha a não tirar mais de 30 minutos de sesta.
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