O estudo, publicado na revista académica científica PLOS One, acompanhou mais de 200 pacientes nas urgências, aos quais foi pedido que relatassem os níveis de dor numa escala de 1 a 10. Os doentes foram divididos em dois grupos, sendo que uma parte dos participantes teve acesso a 10 minutos com um cão de terapia. Após a intervenção canina, os pacientes classificaram novamente os seus níveis de dor.
A autora principal da investigação, Collen Dell, da Universidade de Saskatchewan, Canadá, quis provar a utilidade dos cães de terapia num contexto médico e apurar as condições para saber como integrá-los melhor nas equipas de saúde. "Os animais de estimação são uma parte importante da saúde de todos", disse à revista.
Os resultados concluiram assim que aqueles que receberam a visita dos cães salientaram menos a dor que sentiam. A investigadora sénior do Kaiser Permanente Washington Health Research Institute, Jessica Chubak, sustenta o estudo e garante que ainda há muito a aprender sobre os cães de terapia, dado que o entendimento atual sobre este tema ainda é muito limitado.
No caso das urgências hospitalares, a ansiedade é um sentimento constante em muitos pacientes, o que juntamente com as condições médicas pode piorar a situação.
O sentimento de angústia é exuberante para muitos utentes com dores crónicas, e a utilização de cães de terapia pode ajudar a minimizar este mau estar. Contudo, ainda existe algum preconceito sobre o proveito deste método, pela possível transmissão de doencas e problemas de higiene. No entanto, Dell assegura que existem formas de os prestadores de cuidados de saúde poderem beneficiar da ajuda dos animais de forma segura.
Mike MacFadden, um enfermeiro do Canadá, sustenta a investigação, "a presença de um cão de terapia não só tem os benefícios de apoiar a experiência do paciente, mas penso que também serve como um conforto para os prestadores de cuidados". Isto porque as equipas médicas também experienciam angústia ao presenciarem todos os dias casos clínicos infelizes, o que também abala psicologicamente as cuidadores de saúde.
A psicóloga Michelle Gagnon, também da Universidade de Saskatchewan, acrescenta que a dor pode ser considerada um experiência física como também emocional. A ansiedade e a depressão tem impacto na forma como sentimos dor. Faz sentido que passar tempo com um animal que nos traz alegria, cria um ambiente propício a sentimentos de bem-estar e a emoções positivas.