Talvez seja alguém que até pratica exercício físico regularmente, que gosta de se manter em forma e que segue uma dieta alimentar saudável. Até nas festas de Natal conseguiu cortar no álcool, no açúcar refinado e nos alimentos processados. No entanto, mesmo seguindo as regras à risca, não consegue atingir o seu peso ideal. Se é um desses indivíduos, é provável que não esteja a levar em conta um fator bastante importante no plano de treino - os seus genes.
"Os polimorfismos são pequenas variações na atividade genética que nos tornam diferentes uns dos outros e que determinam, por exemplo, a cor dos nossos olhos ou do cabelo", explicou Vicente Mera, chefe da unidade de medicina genómica e envelhecimento saudável da SHA Wellness Clinic, ao site da revista GQ espanhola. "Estas ligeiras diferenças também influenciam o funcionamento dos órgãos, o consumo de energia, os processos inflamatórios, a absorção de nutrientes presentes nos alimentos ou a regulação do apetite. É por esta razão que substâncias como o álcool ou a cafeína não nos afetam da mesma maneira", afirmou.
E é também pela mesma razão que ter um plano de treino e de nutrição com base nos genes de cada pessoa é fundamental, como explicou Mera. O procedimento é simples, tudo se resume a uma análise de sangue em que são estudados três grupos de genes principais: alimentação, exercício físico e emoções. "Por exemplo, se uma pessoa queima mal as gorduras, há que tirá-las da dieta alimentar, mas se metabolizar bem os hidratos de carbono, não há problema em comê-los. O mesmo se aplica ao exercício físico: graças ao teste genético, conhecemos o tipo de fibras musculares [de cada indivíduo], pelo que podemos recomendar uma rotina mais eficaz para o mesmo", continuou o médico.
O terceiro grupo tem a ver com as nossas emoções. Graças ao teste, "sabemos quem é mais propenso a sofrer de depressão ou de ansiedade. Além disso, as emoções estão estreitamente ligadas com a alimentação, razão pela qual uma dieta saudável não só ajuda no controlo do peso, como também nos pode tornar mais felizes", remata a especialista.