A importância de ter as mãos limpas, ou pelo menos desinfetadas, é crucial durante o tempo em que estamos a viver, no entanto, que consequências é que podemos encontrar ao usar desinfetante à base de álcool várias vezes ao dia, todos os dias?
Para começar, o uso excessivo pode perturbar os microbiomas, que são essencialmente todos os microorganismos que residem nos tecidos e fluídos humanos. O álcool gel, ao matar as bactérias, pode afetar os microbiomas, e isto acaba por ser prejudicial, pois estas são benéficas para o nosso corpo, ou seja, se tivermos acesso a água e sabão, é melhor usá-los.
Esta prática pode também criar bactérias mais resistentes, isto é, ao aplicar o gel com ingredientes antibacterianos constantemente, habituamos as bactérias e estas começam a criar resistência à substância que devia matá-las.
Outra característica do uso compulsivo desta substância, que provavelmente já todos notámos, é ter mãos secas. O uso diário resulta neste efeito, que facilmente é contrariado se tivermos o cuidado de hidratar a pele, ou sempre que possível, optar por lavar as mãos com água e sabão em vez de as desinfetar com álcool.
Se trabalhar com produtos químicos, o desinfetante pode ser perigoso. Produtos de limpeza fortes, desengordurantes e pesticidas são coisas que não queremos misturar com o nosso álcool gel, a combinação dos dois pode ser bastante prejudicial para o nosso corpo. – De acordo com um estudo publicado no Journal Of Occupational and Environmental Medicine, agricultores que usam desinfetante tinham níveis alarmantes de pesticidas no corpo, enquanto que os que não usavam o gel, não estavam tão expostos a este risco.
É de referir também que se as mãos estiverem visivelmente sujas, o álcool gel não funciona. Este não remove a sujidade, e é menos eficaz na eliminação de germes quando as mãos estão sujas. Logo, ao usar nesta circunstância está-se somente a prejudicar a pele. No entanto, tendo em conta a pandemia de covid-19, é estritamente necessário o uso de álcool gel.