Conversas

Um dia na vida de… Dora Simões, a líder no universo dos vinhos verdes

A presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) regressou ao Porto para assumir a direção do organismo que certifica e acompanha o vinho verde.

Foto: DR
29 de maio de 2024 | Augusto Freitas de Sousa
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Dora Simões nasceu no Porto, estudou em Inglaterra, e ligou-se ao mundo dos vinhos na Alemanha. Em Portugal passou pela Vini Portugal e pela presidência da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana. Na CVRVV, acompanhada por Andrew Weil, estimula consensos, gere pequenos e grandes produtores e promove os Verdes além-fronteiras.

A que horas se costuma levantar?

Às 7:00, mas gostava que fosse às 8:00.

O que costuma refletir/ponderar/pensar nos primeiros minutos acordada?

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Na primeira hora, após acordar, surgem sempre as melhores ideias e as melhores resoluções.

Qual é a sua rotina quando se levanta?

Acordar os meus filhos e pôr tudo a mexer rapidamente...

Que tipo de pequeno-almoço costuma tomar?

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Chá de jasmim e um café.

Costuma haver algum tipo de atividade antes do trabalho?

Vale dizer "correr atrás dos filhos pré-adolescentes para se despacharem"?

Qual é o seu trajeto diário? Como o faz? A pé, automóvel, transportes…

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Já sentada, levo-os à escola de carro.

Tem algum tipo de preparação prévia para o trabalho?

Habitualmente, revejo a agenda para o dia e preparo as reuniões sozinha ou com elementos da equipa.

A que horas começa a trabalhar?

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No escritório, cerca das 9:30.

Quais são as suas principais tarefas e responsabilidades no trabalho?

Reuniões com produtores da Região, com membros da equipa da Comissão para perceber o status de vários projetos. Todas as quartas-feiras tenho reunião de direção durante todo o dia. São reuniões intensas, com muitos pontos na agenda, mas sempre muito produtivas.

Foto: DR
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Como gere o seu tempo?

Com extrema organização numa agenda que cruza as necessidades familiares e as obrigações profissionais.

Como lida com a pressão e o stress?

Não sou uma pessoa muito calma. Utilizo muito uma técnica de respiração quando estou com stress: o 4 - 7 - 8 do Dr. Andrew Weil. Acalma-me em qualquer situação.

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Qual é a parte favorita e menos agradável do trabalho e porquê?

A parte favorita é ter contacto com tanta diversidade de pessoas e de assuntos. A menos agradável é ter pouco tempo para fazer o que mais gosto e, por exemplo, ter de despachar assuntos administrativos.

Tem uma equipa a trabalhar consigo? Como gere a comunicação com eles?

Tenho uma equipa fabulosa com cerca de 60 pessoas, divididas entre a sede da CVRVV e a Estação Vitivinícola Amândio Galhano (EVAG), com quem faço reuniões por telefone, online e presenciais.

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Costuma fazer pausas no trabalho?

Por vezes, sim.

Para?

Para mudar o foco, levantar a cabeça e ver o que se passa no mundo. Muitas vezes leio artigos de revistas técnicas estrangeiras, todos os dias leio alguns artigos do NY Times ou dos jornais de referência nacionais.

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Interrompe o trabalho para almoçar?

Muitas vezes não saio, porque gosto de ler durante a hora de almoço.

O que costuma comer e onde?

Quando saio, gosto de ir a um restaurante asiático, o TAB – Take a Break, em Miguel Bombarda.

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Como lida com eventuais críticas e elogios ao seu trabalho?

Recebo as críticas com a devida abertura e, geralmente, analiso se há possibilidade de melhorar no futuro. Quanto aos elogios, penso que os recebo com algum embaraço, embora goste de os receber, claro.

O que diria sobre a ideia de que as pessoas com quem se relaciona profissionalmente têm de si?

Tento estar próxima daqueles com quem trabalho, tanto na Comissão como noutros organismos, e promovo diálogo franco e aberto sobre os projetos, orientado para os objetivos. Gostaria que estas características sobressaíssem, mas o impacto que causamos nos outros não é sempre o mesmo para todos.

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Ao longo do dia dá importância às redes sociais?

Pessoalmente, quase não as utilizo, mas a nossa equipa de Marketing e Comunicação mantém-me no loop e debatemos sempre as ideias e os temas a publicar. Cada dia aprendo mais e valorizo a sua importância na estratégia de comunicação da Região dos Vinhos Verdes, mas as redes sociais têm uma posição muito marginal na minha vida pessoal.

Tem hobbies ou atividades que faz regularmente?

Gosto muito de ler, ouço podcasts e música nas viagens de carro e faço pilates regularmente.

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A que horas costuma terminar a atividade profissional?

Cerca das 19:30.

"Leva" trabalho para casa?

Por vezes, sim, mas tento que não seja frequente.

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Costuma conversar com alguém sobre a sua atividade no final do dia?

Gosto mais de falar sobre outras coisas que não o trabalho no final do dia.

Costuma viajar com frequência nas suas atividades profissionais?

Viajo ocasionalmente para países estrangeiros em representação da CVR dos Vinhos Verdes, mas também viajo bastante em Portugal. Uma das "viagens" que mais gosto de fazer é ir de 15 em 15 dias à EVAG em Arcos de Valdevez. É uma quinta linda, com 66 hectares nas margens do rio Lima onde fazemos investigação aplicada na área da viticultura e temos atividade viveirista para as castas autóctones dos Vinhos Verdes. Estudamos também o seu potencial enológico, assim como implementamos e partilhamos práticas agrícolas sustentáveis em sessões de formação com os produtores da região dos Vinhos Verdes. Embora esteja diariamente em contacto com a equipa da EVAG, dá-me uma energia enorme estar lá, in loco, a ver tudo e mais alguma coisa...

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Há muita diferença entre os dias da semana e os fins de semana?

Imenso. Nos fins de semana, se não tiver compromissos, passo com a família todo o tempo possível, que não tenho durante a semana.

Quais são os seus hábitos de jantar? Horário e exemplo de menu?

Cozinho todos os dias à noite e a sopa faz parte do menu diário. Por vezes, temos o que lá em casa chamam "oh não, omelete outra vez..."

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O que faz antes de dormir?

À noite leio sempre as notícias nacionais numa app, vejo uma série – se entender que há uma muito boa – ou leio um livro. Agora estou a ler um livro extraordinariamente bem escrito – "Confiança", de Hernán Diaz.

A que horas se costuma deitar e quantas horas dedica ao sono?

Por volta da meia-noite. Necessito de dormir cerca de 7 horas.

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Como mantém o equilíbrio entre sua vida pessoal e profissional?

Gostava de ter mais tempo para dedicar às atividades em família – passear, viajar, visitar museus, ir a concertos. Às vezes é difícil coordenar as vidas de um casal e três filhos, mas cada dia é um dia e temos de tentar todos os dias fazer melhor.

Vê-se a ter outra profissão?

Realiza-me muito contribuir para um coletivo. Trabalhar colaborativamente e deixar um legado que possa ir sendo aprimorado por outros. Embora goste muito do que faço, se estes pressupostos estivessem cumpridos podia ter outra profissão.

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O que mais gosta e menos gosta na sua profissão?

Gosto de tudo o que aprendo quase todos os dias no desempenho das minhas funções e gosto da equipa com a qual trabalho. Desagrada-me a torrente de informação por todas as vias. Não há tempo para ler, ouvir, refletir, consultar e decidir. Esta é uma das enormes dificuldades da gestão atual em qualquer sector.

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