Conversas

Matt Preston: “Preferia comer sozinho do que mal acompanhado”

Como típico inglês, adora futebol. Como bom australiano, faz da simpatia uma forma natural de estar. E como todos os que gostam de estar à mesa, adora conversar. Mais do que o carismático jurado do Masterchef Austrália, Matt Preston é o rapaz punk transformado em jornalista, o homem bem cuidado que não tem medo de ser vaidoso, o pai carinhoso, o autor descontraído. Num mundo cheio de cópias, Matt Preston tem o dom da originalidade. Com uma gargalhada a acompanhar.

Foto: Ricardo Lamego
14 de novembro de 2019 | Rita Lúcio Martins
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Já em jeito de final de conversa, Matt Preston (Londres, 1961) contava-nos uma das muitas piadas privadas que partilha com Gary Mehigan, o amigo e colega no painel de jurados do Masterchef Austrália. "Sempre que saímos para ir beber um copo, ele vai ter com o empregado de balcão e diz-lhe que o melhor é entregar-me as chaves. O que é que posso dizer?! Gosto de ser o último a abandonar uma festa." Acreditamos. Menos de uma hora de entrevista foi suficiente para testemunhar a sua imensa energia e um entusiasmo sempre contagiante, seja a falar de comida ou de moda. Matt Preston é uma daquelas pessoas que enche uma sala (e não, não é uma piada fácil).

Foto: Ricardo Lamego

Antes da apresentação do novo livro de receitas Delicioso, Fácil e Rápido (Casa das Letras), em Lisboa, o antigo apresentador aproveitou para conhecer melhor o país e rumou com a mulher para umas férias a Sul. Quem segue a sua conta de Instagram pôde vê-lo deliciado com o peixe grelhado e as amêijoas comidos na ilha da Fuseta, o frango assado provado em São Brás de Alportel ou o porco na brasa e a salada de polvo experimentados em Beja. Depois de uma muito bem recheada semana, subiu à capital e continuou a comer. Pastéis de Tentúgal, cornucópias da Pastelaria Alcoa, pastéis de nata da Manteigaria. A sua curiosidade parece tão inesgotável como o seu apetite. Ou como a sua disponibilidade. Sempre sorridente, falou com fãs, tirou fotografias nos muitos restaurantes por onde passou, respondeu a mensagens e confirmou o enorme sucesso que aquele programa televisivo (transmitido pela SIC Mulher) tem em Portugal. E dúvidas houvesse, a enorme fila para autógrafos no dia da apresentação na livraria Buccholz encarregar-se-ia de as dissipar, bem como a extensa lista de compromissos com a comunicação social. Em dois dias, Matt Preston desdobrou-se em entrevistas para os mais diversos meios de comunicação, dos programas da manhã das televisões à imprensa especializada. Falou de comida, claro, mas também de futebol (é um apaixonado pela modalidade) e não se escusou a comentar o algo polémico afastamento do Masterchef, depois de 11 anos de ecrã (ao lado de Gary Mehigan e George Calombaris). Sem dramas, falou de alguns desencontros de expectativas e agendas entre os jurados e a produtora que viabilizava o programa e resumiu o assunto dizendo que é uma fase que termina. Na véspera de mais viagens (primeiro para Londres, de onde é natural, depois para a África do Sul), mostra-se entusiasmado pelo tempo que vai poder dedicar à família (tem três filhos) e a novos projetos, alguns partilhados com os amigos e antigos jurados, outros a solo, como o livro de receitas que o traz a Lisboa e nos leva até ele. Ainda nos estamos a aproximar da suite onde ficou hospedado, num hotel à beira Tejo, e já é possível ouvir a sua voz forte, a reagir quase teatralmente à notícia de que ainda tem mais duas entrevistas pela frente…

Foto: Ricardo Lamego
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Deve estar cansado de tantas entrevistas…

Não. É precisamente o contrário. Nem entendo aquelas pessoas que dizem que ficam cansadas e precisam de uma pausa. Sou jornalista e adoro falar com jornalistas. Sobre o país, sobre as pessoas. Gosto tanto de falar com as pessoas como de passear nas ruas. Gosto da vida portuguesa. Sabe que até perdi peso desde que cá estou?! É verdade. Ah, esta é uma terra mágica onde posso comer sem engordar. Peixe grelhado, uma boa salada, comida saudável… A própria atitude dos portugueses em relação à comida tem muito a ver com a forma como agora os australianos comem.

Então, conte-nos, como é que um músico punk se tornou um expert gastronómico?

Eu comecei por ser um rapaz punk, depois passei à promoção de concertos em revistas, até me ter mudado para a Austrália onde comecei a escrever sobre televisão para uma grande revista australiana. Passados cinco anos, alguém veio ter comigo e disse-me: "Sei que gostas de cozinhar. Queres fazer crítica gastronómica?" E eu pensei: "Bem, vou ser pago para ir jantar fora com os meus amigos e, por isso, ok." Depois, mais ou menos nessa altura, consegui um trabalho no maior jornal de Melbourne, a fazer receitas. Foram 10 anos brilhantes. Mais tarde, recebi um telefonema da melhor amiga da minha mãe, na Austrália, a pedir-me conselhos para um programa culinário que ia arrancar em breve, mais precisamente sobre aqueles que, na minha opinião, seriam os melhores chefs para serem jurados desse programa. Originalmente, era esse o formato do Masterchef: dois jurados e um apresentador [de resto, como acontece em Portugal ou em Inglaterra]. Tivemos, então, uma conversa sobre os chefs que eu conhecia, sobre aqueles de quem gostava mais, sobre os que resultariam melhor em televisão. Falámos do Gary, do George… e, no final, ela disse-me: "Manda-me uma fotografia tua." Assim fiz. Mandei uma fotografia minha, com um casaco colorido, de lenço, meio despenteado e com a barba por fazer, a olhar de forma reprovadora para um prato de salada. A fotografia foi da secretária dela para a da produção, acabando por ir parar à administração do canal televisivo. A resposta não tardou: "Se esta pessoa conseguir falar [em televisão] acrescentamos outro papel ao formato do programa." Ou seja, deram-me um emprego graças ao meu lenço [ri-se]. Depois escolheram o George, o chef-mentor, com aquela imagem que todos conhecemos – baixinho e careca –, e o Gary, que seria o sous-chef, mais sensível no trato. Juntaram-nos à Sarah Wilson, rosto do Sugar Free Movement, e partimos para o programa televisivo que todos anteciparam como sendo desastroso, até porque vinha na sequência do grande sucesso que foi o Big Brother. Todos o catalogaram como o programa que não iria resultar porque seríamos nós a escolher os concorrentes, coisa que nunca acontece em televisão, tínhamos uma mistura de pessoas com as origens mais diversas que, além disso, não eram particularmente bonitas... Houve um produtor executivo sénior que, na altura, afirmou qualquer coisa como "Aquelas pessoas nunca deveriam estar num programa televisivo". Junte-se a isto três jurados feios e gordos num programa diário sobre comida que o espectador nunca iria poder provar ou comer. Seria um desastre, vaticinaram. E nós respondemos: "Ok, não faz mal. Será um desastre. Viveremos em Sidney durante dois ou três meses [são os três de Melbourne] e teremos uma experiência fantástica para partilhar um dia com os nossos netos."

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Acabou por durar 11 anos…

Verdade. Eles escolheram o Gary, o durão sentimental que acabaria por chorar em determinada altura... Escolheram o George pela forma como ele desconstrói a própria linguagem, porque o seu inglês é algo confuso, o que se torna divertido… E escolheram-me eventualmente pelo aspeto, pelo passado punk.

Foto: Ricardo Lamego

Esse sentido estético vem de onde?

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É uma boa questão. Tive um antepassado que, na década de 1760, era o chamado macaroni, ou seja, um daqueles cavalheiros ingleses que viajavam pela Europa na Grand Tour [aquilo que muitos consideram ser a origem do turismo, tal como o entendemos hoje]. Ainda conservo um colete que lhe pertenceu, um colete branco de seda, bordado a dourado e vermelho, com flores. É absolutamente lindo. Por isso, sim, tenho algumas peças extraordinárias na família [mais tarde, ficaríamos a saber que o seu guarda-roupa inclui cerca de 400 lenços, 120 fatos, 200 camisas e 50 calças).

É um apreciador de moda?

Eu diria que gosto mais de estilo. Da forma como as pessoas expressam o seu estilo. Não recomendaria que todos usassem calças com riscas, como ainda usei esta manhã, mas é assim que gosto de me expressar.

Alguma vez pensou em si próprio como uma referência de estilo?

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Eu vejo-me mais como a pessoa que os outros podem apontar quando os acusam de usar alguma coisa parva. Eles podem sempre responder: "Como assim ‘parva’? Já viste o que o Matt Preston está a usar?" Penso, acima de tudo, naquilo que pode ser divertido. Há uma conta de Instagram que adoro, chamada Masterdressed [onde fazem comparações humorísticas entre looks usados por Matt Preston e possíveis inspirações, que vão desde celebridades a elementos de realeza, passando por lugares ou personagens infantis].

É precisa uma boa dose de confiança e muita liberdade para achar graça a essas comparações…

Sim. Acima de tudo, confiança. A verdade é que eu não quero saber. Com o tempo apercebi-me de que, independentemente do que faças, haverá sempre 10% de pessoas a acharem que és terrível porque lhes fazes lembrar o professor de Matemática mauzinho que tiveram ou aquele ex-namorado que as tratou mal ou porque usas cor-de-rosa e isso é coisa de "mariquinhas". Também há a outra audiência, os outros 10% que olham para ti e até acham que tudo aquilo é cool. E depois há muito humor na fatia que fica entre estes dois extremos. Há sempre imensos comentários sobre aquilo que eu visto e eu gosto disso. Mas a piada é estar à frente da moda. Na verdade, é bastante fácil saber em que direção irá a moda de cada estação. Basta ver as revistas… Nos anos 80 havia uma coisa, em Melbourne, chamada ‘flash dressing’, em que os homens mais jovens usavam camisas brancas com bolas vermelhas ou estrelas, botas cuban heel… Era o oposto do que se passava na Grã-Bretanha em termos de estilo e é uma forte referência para mim. Adoro o cowboy-chic, os casacos longos, mesmo que nos façam parecer uma personagem de uma série duvidosa… Eu gosto desse elemento de autodesconstrução. E isso é algo que muitas vezes falta à moda.

Falando de outro tipo de moda… Como é que se explica este hype em redor dos chefs e de determinados restaurantes?

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Eu tenho a sensação de que em Portugal terá sido sempre assim, não? Agora fala-se do melhor chef, antes falava-se do melhor pastel de bacalhau ou do melhor pastel de nata. Os portugueses, e os lisboetas em particular, falam muito sobre o melhor lugar para se comer determinada coisa. Depois é preciso não esquecer que as pessoas gostam de procurar a novidade. Os jornalistas também precisam de alimentar esse fator. É difícil escrever sobre um restaurante com mais de 40 anos…

Nestas semanas que esteve de férias, em Portugal, teve oportunidade de comer em vários locais, da tasca ao restaurante com estrelas Michelin. Ao final do dia, qual prefere?

Irei sempre aos dois. Ainda ontem jantei no Alma [do chef Henrique Sá Pessoa]. Se esse tivesse sido o meu primeiro restaurante, aqui em Portugal, eu diria que é saboroso, interessante. Mas, depois de cinco dias no Algarve, de três dias em Beja e de mais alguns dias aqui, em Lisboa, eu já percebi o que é uma açorda ou o que são umas migas, de que formas se pode cozinhar um polvo ou que usos se podem dar aos coentros. Tendo ido ao Alma com este conhecimento prévio, eu sei que posso não ter entendido todas as referências, mas captei a alma da comida e isso faz toda a diferença. O Alma é um ótimo restaurante, tem duas estrelas Michelin, é aquele sítio onde todos os portugueses devem querer ir e com razões para isso porque é bom e é lindo. Mas também é caro… Sobretudo quando comparado a um restaurante vulgar de bom peixe grelhado. Por isso, eu diria que a maior parte da sua clientela são os turistas.

Quando pensa nas refeições que ficarão para sempre na sua memória de quais é que se lembra?

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Eu fiz esse exercício, recentemente. Pediram-me para identificar as cinco melhores refeições do último ano e eu apercebi-me de uma coisa… Ao responder dizia: ‘Fui com a minha mulher a Copenhaga…’, ‘Fui com o George e o Harry ao Peru’… Isto para dizer que, para mim, tem sempre tudo a ver com as pessoas e só depois com a comida. Claro que a comida é importante, mas enquanto base desse encontro entre amigos, da construção de memórias que ficaram para sempre.

É possível ter uma excelente refeição em má companhia?

Eu pessoalmente preferia comer sozinho. Na verdade, essa é uma questão interessante. Eu acho que é possível ter uma refeição divertida quando a companhia é boa, mesmo se a comida for péssima, mas o contrário é quase impossível. Os restaurantes de fine dining "perdem" muito tempo a tentar articular as emoções, o sentido e a magia… Mas se imaginar que está na ilha da Fuseta, com os pés na areia, os pescadores a chegarem do mar e a dourada a saltar do grelhador para o prato, só com alho e azeite… A emoção é muito poderosa. Os cheiros, os sons, as próprias memórias evocadas… Tudo isso forma um "pacote" que é muito poderoso. Se eu pensar nesse momento, posso dizer-lhe qual era a música que se ouvia ao fundo, lembro-me da roupa que a empregada tinha, da forma como prendia o cabelo. As refeições caras não têm este lado mais emocional. É também por isso que a comida caseira é tão importante. Contas feitas e respondendo diretamente à pergunta, eu penso que tenho mais memórias de refeições inesquecíveis em casas particulares do que propriamente em restaurantes…

Tem a ver com juntar as pessoas e criar uma memória.

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Sim, ainda que isso também possa acontecer em restaurantes. Lembro-me de conhecer dois americanos e um italiano, em San Sebastian. Passámos o dia na praça central a beber, encontrámo-nos cinco dias depois, em Madrid, e fomos jantar. Quando o prato chegou à mesa, eu lembro-me que parecia uma pérola numa grande ostra. Todos chorámos. Era lindo! Era um momento especial, estávamos juntos, foi muito emotivo, mesmo. Isto para dizer que esta experiência também é possível em grandes restaurantes, mas, na maior parte das vezes, a verdade é que não estamos descontraídos o suficiente para saborear.

Este livro que vem promover define-o enquanto cozinheiro?

Penso que sim. As primeiras receitas são aquelas que eu mais faço e isso foi propositado. Depois, há outras coisas que lá estão porque são pratos de que gosto muito, como as almôndegas. Também adoro vegetais. Na verdade, há muitas coisas de que gosto muito… 

Então temos de fazer aquela pergunta incontornável: o que é que tem sempre no frigorífico?

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Há sempre limão, queijo feta, pepino, alface-icebergue, pernas de frango, peitos de frango, parmesão, tomate, mas este fora do frigorífico, iogurte grego, ovos, bacon, presunto. E é um frigorífico organizado, sou um bocadinho obcecado com isso. Eu gosto de o abrir e de saber que depressa posso fazer uma boa e rápida refeição. E ainda divertir-me com isso.

O que é que lhe estraga o apetite?

Egos. Especialmente o meu. De resto, eu não sou esquisito…

E como reage a convidados que o são?

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Adapto-me. Se a pessoa for vegetariana, cozinho-lhe vegetais. Se só comer feijão, prepará-lo-ei com torradas e ficaremos todos felizes.

Teve muitas preocupações com a educação gastronómica dos seus filhos?

Nem por isso. Mas a verdade é que todos sabem cozinhar. Há dois anos eles convidaram alguns amigos para dormirem lá em casa. Eu e a minha mulher saímos cedo para fazer umas compras e, quando chegámos, os mais novos estavam a fazer ovos com bacon para o pequeno-almoço e os mais velhos estavam a preparar uma pavlova. E eu senti que tinha feito um bom trabalho com eles. O meu filho mais velho esteve de férias aqui, em Portugal, este verão e quando voltou disse-me que tinha provado sardinhas e eram deliciosas. E eu pensei cá para mim: "Good boy!" Acho que temos de os envolver, fazer com que eles tenham prazer em cozinhar e mentalizarmo-nos que vai sempre haver confusão. Ah, e também temos de nos apaziguar com a ideia de que podem rejeitar determinada coisa em nossa casa e depois, quando finalmente a experimentarem em casa de um amigo, vão adorar. Eu não sei porque é que isso acontece, mas acontece. Na verdade, não é fácil… É por isso que eu acho que todas as pessoas que cozinham numa base diária para a família merecem ter todo o apoio e ajuda possíveis. Espero que encontrem isso neste livro.

É mais feliz à mesa ou na cozinha?

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Nos dois lados. Eu adoro ingredientes e adoro comer. Só não gosto particularmente de cuscuz. Mas há uma coisa essencial que importa distinguir: a cozinha diária da cozinha enquanto hobby. E muitos homens praticam apenas a segunda. É importante reconhecer o trabalho envolvido. É por isso que a equipa com a qual eu colaboro quando escrevo os livros é diversificada: são três mulheres com filhos e um homem sem filhos. Por isso, quando elas me dizem que eu preciso de eliminar passos porque implicam muita loiça para lavar, eu oiço. Porque é importante. E porque são esses detalhes que, todos os dias, fazem a diferença.

Uma indulgência: Gelado

Um destino gastronómico: Portugal, claro. Mas também a Índia. E o Japão. E o Peru. Ah, e a Finlândia.

Um ingrediente especial: Leite em pó. É ótimo para molhos, assados e para finalizar todo o tipo de receitas.

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Se pudesse cozinhar para alguém especial: A minha mãe porque seria brutalmente honesta.

O melhor conselho que já recebeu? "Escuta." Escuta porque a oportunidade surge silenciosamente

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